Artrose
Artrose (osteoartrite) é uma doença das articulações que tem como possíveis causas obesidade, esforços físicos repetitivos e esportes como futebol. Osteoartrite é a forma mais comum de artrite, caracterizada por degeneração das cartilagens acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas. As mais atingidas são as articulações das mãos, joelhos, coxofemurais (ligação da coxa com o quadril) a coluna. Se as cartilagens articulares não existissem, um osso se chocaria contra outro. A água constitui 70% do conteúdo das cartilagens — do que sobra, 90% são formados por uma rede elástica de colágeno e agregados de moléculas grandes chamadas proteoglicanos. Sob impacto, as cartilagens são comprimidas e expulsam água de seu interior, que é reabsorvida quando as forças compressivas relaxam. A osteoartrite se instala quando há aumento de conteúdo líquido no interior do tecido cartilaginoso. Ela é a mais comum das doenças reumáticas que se manifesta na mesma proporção em ambos os sexos. Cerca de 80% a 90% das pessoas acima de 40 anos mostram sinais de osteoartrite ao raio X, embora grande parte delas não apresente sintomas. A intensidade das queixas aumenta progressivamente com a idade. Causas de artrose A osteoartrite é um processo natural do envelhecimento, mas o desgaste pode ser acentuado por diversos fatores. Causas primárias: Em boa parte dos pacientes não há fatores que justifiquem o quadro de osteoartrite. Talvez anormalidades anatômicas sutis, como pequenas irregularidades na superfície articular, levem ao desgaste da cartilagem. O exercício atlético, quando não excessivo nem associado a traumatismos, não predispõe à enfermidade. Ao contrário, a obesidade, esforços físicos repetitivos e esportes com impacto são fatores de risco. Por outro lado, o condicionamento através de exercícios aeróbicos pode reduzir os sintomas. Causas secundárias: As osteoartrites secundárias podem se instalar como consequência de traumas, doenças reumatológicas inflamatórias, necrose óssea, injeções intra-articulares repetidas de cortisona, doenças congênitas do esqueleto, doenças metabólicas e endócrinas, enfermidades em que há comprometimento de nervos periféricos e outras. Sintomas de artrose: Indivíduos abaixo dos 40 anos não costumam apresentar sintomas. A evolução geralmente é lenta, mas a piora é progressiva com o passar dos anos. Quando há sintomas, eles podem permanecer leves ou mesmo desaparecer por longos períodos. Quando há sintomas, geralmente são: ARTICULAÇÕES MAIS ACOMETIDAS 1) Mãos Afeta principalmente as articulações entre a segunda (média) e a terceira falange (distal), provocando abaulamentos articulares (as articulações ficam curvadas, com os chamados nódulos de Heberden). Mais raramente, esses nódulos surgem na articulação da primeira (proximal) com a segunda falange (nódulos de Bouchard). Pode haver vermelhidão local, dor e inchaço por períodos variáveis. A limitação do movimento costuma estar ausente ou ser discreta. 2) Joelhos Por ser uma articulação que suporta peso, limitações de movimento não são raras. Derrames articulares, dor e alargamento das estruturas ósseas vizinhas à articulação, com ou sem crepitação (como se houvesse areia na junta), podem estar presentes. O joelho permanece estável até as fases mais avançadas, quando aparecem deformidades que desalinham os ossos. 3) Coxofemurais A dor é sentida na virilha ou na região lateral da articulação, com eventual irrradiação para as nádegas ou para os joelhos, confundindo o quadro. Como defesa, os pacientes rodam a coxa para fora e dobram a perna, dando a impressão de que o membro sofreu encurtamento. O comprometimento, às vezes, acontece nos dois lados e é incapacitante para atividades simples. 4) Coluna Quando o envolvimento do tecido fibroelástico — que constitui o disco entre as vértebras — e as alterações ósseas vizinhas comprimem as raízes nervosas que emergem da coluna, surgem dor, espasmos, atrofias musculares e limitação dos movimentos. Os locais mais acometidos são a coluna cervical baixa (no pescoço próximo dos ombros) e as últimas vértebras lombares (pouco acima das nádegas). A radiografia pode mostrar a presença de osteofitose (bico de papagaio), cuja presença não guarda relação direta com a dor. Tratamento da artrose Não existe tratamento que retarde a evolução ou reverta o processo patológico, mas o condicionamento físico com exercícios aeróbicos (como natação e caminhada) é uma medida importante para controle dos sintomas. O principal objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e permitir que os portadores levem vida normal, sem dor ou limitações de movimento. Ácido acetilsalicílico e analgésicos comuns, como acetaminofeno ou dipirona, podem ser úteis para tratar episódios isolados de dor, mas sua ação é pouco duradoura. É necessário cautela com o uso frequente de ácido acetilsalicílico, pois ele pode alterar a coagulação e causar sangramentos. Corticosteroides não são indicados. Em casos excepcionais, a injeção intra-articular está indicada para aliviar dores rebeldes, mas a repetição é capaz de lesar ainda mais os tecidos, agravando o quadro. Embora a osteoartrite seja considerada uma enfermidade não inflamatória, as alterações que ocorrem nas cartilagens articulares costumam atrair inflamações para o local. Esse componente pode ser reduzido com drogas que pertencem à classe dos anti-inflamatórios não esteroides (AINE), mas esse uso deve se limitar aos casos de inflamação. Em casos selecionados, o tratamento é cirúrgico. As intervenções mais frequentes são Recomendações para quem tem artrose